terça-feira, 2 de novembro de 2010

Bela Adormecida



A influência mais antiga da Bela Adormecida aparentemente vem de "Perceforest", um romance francês publicado pela primeira vez em 1528. Mesmo não sendo uma história sobre a Bela Adormecida, Perceforest (1528) contêm muitos elementos similares às versões mais recentes da Bela Adormecida.
            A próxima versão conhecida da lenda vem de "Sun, Moon and Talia" (Sol, Lua e Talia), de Giambattista Basile, também conhecida como Segunda Pentamerone, Dia 5, Lenda 5 (1636). Esse é o conto que considera-se como maior influência para a Bela Adormecida de Perrault, o primeiro a usar este título, em " Histórias ou Contos dos tempos passados (1697).
            Os irmãos Grimm escreveram "Briar Rose" para sua própria coleção de contos. Essa é a versão mais suavizada, e não apresenta o canibalismo, adultério ou estupros de versões anteriores. A versão dos Grimm é considerada derivada diretamente da versão de Perrault, embora os irmãos tenham negado veementemente tal conexão.
            A versão dos Grimm é a mais conhecida, dando origem ao filme da Disney, embora o título de Perrault seja o mais usado. O conto dos Grimm termina antes das anteriores, com o despertar da Bela pelo casto beijo do príncipe. As versões anteriores como a de Perrault continuavam a história, com o casamento e os eventos posteriores. Nas variações mais antigas, o rei, ou príncipe engravida a Bela em seu sono e depois vai embora. Ela acorda ao dar à luz aos filhos gêmeos, quando um deles suga seu dedo, removendo o fuso da roca envenenado. Em outra versão o “Príncipe Encantado”, que já é casado, viola a princesa que tem vários filhos, sem acordar. As crianças, quebram o encantamento, mordendo‑a durante a amamentação, e o conto então aborda seu segundo tema: as tentativas da sogra do príncipe, uma ogra, de comer sua prole ilícita.
Perrault também foi o último intérprete da lenda a evitar despertar a Bela com um beijo.
_________________________________________________

BUNCE, John Thackray. Fairy Tales; Their Origin and Meaning with Some Account of Dwellers in Fairyland. London: Macmillan and Co., 1878.

DARNTON, Robert. Histórias que os camponeses contam: o significado de mamãe ganso. In: “O grande massacre de gatos”. Editora Graal, 1996.

HARTLAND, Edwin Sidney. Science of Fairy Tales. An enquiry into fairy mythology. Disponível em: http://www.sacred-texts.com/neu/celt/sft/index.htm. Acessado em 20 de setembro de 2010.

KREADY, Laura F. A Study of Fairy Tales. Boston: Houghton Mifflin, 1916.

MENDES, Mariza B. T. Em busca dos contos perdidos: o significado das funções femininas nos contos de Perrault. São Paulo. Editora UNESP, 2000.

PROPP, Vladimir I. Morfologia do conto maravilhoso. Copymarket.com, 2001. Tradução de PROPP, Vladimir I. Morfológuia skázki. Editora Naúka (Ciência) de Moscou, 2ª Edição. 1969.

Imagem disponível em :
http://photos.streamphoto.ru/d/2/6/1a47af00eb22801a917d473eaeee162d.jpg
Acessado em 02/11/10

Postado em 02/11/2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário