sexta-feira, 19 de novembro de 2010

ERA UMA VEZ... - Parte III (Museologia/UNIRIO)

ERA UMA VEZ... - Parte III (Museologia/UNIRIO)
Segue filme da terceira parte do evento: Era uma vez...: a exposição.
Nota: Tive que tirar um pouco da qualidade do vídeo, para poder diminuir o seu "peso" de 102MB, para 81MB. 

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Era uma vez... Primeira Parte - Exposição Unirio

Era uma vez... (Parte I).
A amiga Srta Croft, pediu e me orientou, para postar no blog da Exposição, o vídeo Era uma vez... (Parte I). A todo o grupo, agradeço o convite, possibilitando, nós - estudantes dos períodos anteriores -, participarmos e apreciarmos o valioso trabalho, a meticulosa pesquisa, e a forma leve, bela e limpa da Exposição, conduzindo-nos, sem exageros, aos contos de fadas que ainda mora no coração de cada um.
(Cau Barata)

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Inauguração...

 






             Sim! Eu sei que o blog deve ter padrões universitários e que o intuito do que é publicado aqui é expor a informações em nível acadêmico. Mas o que ocorreu hoje precisa ser mais do que informado, precisa ser gravado na memória.
            Todos o que estiveram presentes a inauguração da exposição hoje foram informados sobre os problemas que a exposição teve com os textos. A empresa não conseguiu colocar de modo hábil todos os textos e infelizmente ficamos sem expor, de modo escrito, informações importantes para o público. Mas o que acho que deve ficar gravado na memória não é uma falha da empresa e sim o que isso causou hoje em todos os alunos da Museologia e aos visitantes da exposição.
            Quando finalmente entendemos que ficaríamos sem alguns textos a menos de 1 hora para o início da inauguração, os textos faltosos foram impressos e habilmente disponibilizados para o público que chegava. Além disso, alguns visitantes puderam contar com a visita guiada de alguns colegas que gentilmente mostravam o trabalho indicando e explicando as informações trabalhadas. Contamos também com alguns colegas de diferentes períodos que se colocaram a disposição para oralmente disponibilizar os textos para os visitantes. Sim, meus caros! Mesmo diante da frustração e da tristeza, o trabalho em equipe dessa turma de exposição foi surpreendente. E mesmo sem alguns textos o público foi agraciado com a informação que faltava de maneiras lúdicas e inteligentes com toda a metodologia que nos foi possível, em menos de 1 hora antes da abertura da exposição, disponibilizar para as pessoas.
            Quero agradecer aos visitantes que foram compreensivos e nos alegraram com seus sorrisos e olhares atentos. Agradecer aos professores que cooperaram com nosso árduo trabalho e também ao querido Diretor da escola da Museologia, Professor Ivan, que foi além do seu papel de educador e cuidou de nós, nos acariciando com seus sorrisos e suas pizzas que vieram em horas muito especiais.
            Mas, nenhum agradecimento é mais especial do que o agradecimento que faço a essa equipe de futuros Museólogos. Esses alunos foram surpreendentes, maravilhosos em tudo. Todas as ideias brilhantes, todo o trabalho braçal e manual incansável, todas as reuniões para acordos e tratos, e todo o profissionalismo que demonstraram ao lidar com mais de 20 cabeças pensantes e personalidade variadas e em tratar a todas elas com suas devidas especificidades. Trabalhar com essa turma foi um presente e sem dúvida tudo o que pudemos realizar que foi mostrado hoje, demonstra como a Museologia vem crescendo e cresce nesse país. E mostra que seremos profissionais sem medo de colocar a mão na massa, prontos para lidar com as dificuldades. Preocupados sempre em permitir que o público tenha acesso à informação que lhe é de direito, sem perder o brilho dos recursos que podemos utilizar na composição do espaço expográfico.
            Meu muito obrigado aos colegas pela oportunidade de aprender tanto com vocês e pela honra de trabalhar com pessoas dedicadas e comprometidas com o trabalho.

Com todo meu carinho e orgulho _ Débora Lopes!

"É preciso ter um caos dentro de si para dar à luz uma estrela cintilante." -
Friedrich Nietzsche


terça-feira, 9 de novembro de 2010

Referências Textuais

BENJAMIN, Walter. O Narrador: considerações sobre a obra de Nikolai Leskov. In: Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994, p. 197-221.

BUNCE, John Thackray. Fairy Tales; Their Origin and Meaning with Some Account of Dwellers in Fairyland. London: Macmillan and Co., 1878.

CHAFE, Wallace. Some things that narratives tell us about the mind. In: BRITTON/PELLEGRINI, 1990: 79-98. COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil: teoria, análise, didática. São Paulo: Moderna, 2000.

CONRADO, I. S. Tempo e narrativa: um estudo dos escritos de Walter Benjamin sobre o romance. Acta Scientiarum. Human and Social Sciences, v. 28, p. 47-54, 2006.

DARNTON, Robert. Histórias que os camponeses contam: o significado de mamãe ganso. In: “O grande massacre de gatos”. Editora Graal, 1996.

FELIPE, Tanya A. Libras em contexto: curso Básico livro do estudante. Recife: EDUPE, 2002.

FERRERO, Daniele. La struttura della Fiaba secondo la morfologia di Propp. Disponível em:

FRONZA-MARTINS, Aglay Sanches. DA MAGIA A SEDUÇÃO: a importância das atividades educativas não-formais realizadas em Museus de Arte. Disponível em:
Acessado em 18 de junho de 2010.

HANKE, Michael. Narrativas orais: formas e funções. 2005.

HARTLAND, Edwin Sidney. Science of Fairy Tales. An enquiry into fairy mythology. Disponível em: http://www.sacred-texts.com/neu/celt/sft/index.htm. Acessado em 10 de junho de 2010.

KREADY, Laura F. A Study of Fairy Tales. Boston: Houghton Mifflin, 1916.

MACHADO, Regina. O Conto de Tradição Oral e a Aprendizagem do Professor. Série Idéias n.13. São Paulo: FDE, 1994. p.109-115.
Disponível em: 

MENDES, Mariza B. T. Em busca dos contos perdidos: o significado das funções femininas nos contos de Perrault. São Paulo. Editora UNESP, 2000.

MUSEUMS and Galleries Comission. Educação em museus / Museums and Galleries Comission; tradução de Maria Luiza Pacheco Fernandes. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo; Fundação Vitae, 2001. (Série Museologia, 3). Disponível em:
Acessado em 20 e junho de 2010.

O’CONNEL, Alana. Propp and His Science of the Folk Fairy Tale, 2003. Disponível em: http://clover.slavic.pitt.edu/tales/03-2/extra_credit/oconnell-alana_paper.pdf. Acessado em 18 de junho de 2010.

OLIVEIRA, Cristiane Madanêlo de. "O GATO DE BOTAS E A MORALIDADE". Disponível em: URL:http://www.graudez.com.br/litinf/historias/gatobotas.htm .Acessado em 01 de julho de 2010.

OLIVEIRA, Cristiane Madanêlo de. "CHARLES PERRAULT (1628-1703)" Disponível em:
Acessado em 14 de julho de 2010

PROPP, Vladimir I. Morfologia do conto maravilhoso. Copymarket.com, 2001. Tradução de PROPP, Vladimir I. Morfológuia skázki. Editora Naúka (Ciência) de Moscou, 2ª Edição. 1969.

RESINA, Maria Madalena. A Manipulação dos contos de fadas. Miscelânea, Assis, vol.6, jul./nov.2009.
Disponivel em:
Acessado em 20 de setembro de 2010.

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Postado em 09/11/2010

domingo, 7 de novembro de 2010

Literatura de Cordel



Publicado no youtube por renanbpf

Trabalho para seminario de Português instrumental I da UNICAP, curso de DIREITO

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Postado por Isaque Procópio em 07/11/2010

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Curiosidade...




Dizem por aí que Shrek existiu. E falava 14 idiomas.

O personagem de desenho animado que é sucesso em todo mundo foi criado a partir de uma máscara mortuária do francês Maurice Tillet. Poeta e ator, Tillet nasceu em 1903. Muito inteligente, falava 14 idiomas. Na adolescência, contraiu uma doença rara, chamada acromegalia, que causa a desfiguração de partes do corpo.
A transformação para um quase 'monstro' não o abateu, ele emigrou para os Estados Unidos e converteu-se num profissional da Luta livre, com o nome de 'Assustador ogro do ringue'.
Lutou até quando pôde. Morreu em 1954, aos 51 anos, de um ataque cardíaco. Pouco antes, seu parceiro de partidas de xadrez, Bobby Managain, pediu para fazer um lifecast ( máscara mortuária) dele.
Tillet concordou e Bobby fez cópias em gesso da cabeça do amigo. Uma delas foi para o Museu internacional da Luta Livre, em Iowa. A outra foi parar no Hall of Fame do York Barbell Building para mostrar os primórdios das formas da luta livre moderna e do halterofilismo.
E dizem que foi esta réplica que serviu de modelo para a construção de Shrek.
A vida imita os contos de fadas ou os contos de fadas imitam a vida?

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Postado em 03/10/2010

Léxico

CONTAR – v.t.  Narrar: contar uma história.
CONTO – s.m. Gênero de prosa de ficção. / Narrativa folclórica. / História mentirosa. / Historieta, estória, narrativa; conto popular. / fig. Invenção, embuste, engodo. // Conto (ou história) da carochinha, lenda ou conto popular para crianças.
Ainda segundo o Houaiss, o conto é [umanarrativa breve e concisa, contendo um só conflito, uma única ação (com espaço geralmente limitado a um ambiente), unidade de tempo, e número restrito de personagens. Não precisamos nos limitar a apenas um de cada elemento; então podemos dizer que um conto geralmente tem conflito, ação, unidade/passagem de tempo, e personagem. Mais importantemente, um conto é narrativa — é tecer uma estória através de palavras.

CRÔNICA - segundo o Houaiss, a crônica é [umtexto literário breve, em geral narrativo, de trama quase sempre pouco definida e motivos, na maior parte, extraídos do cotidiano imediato. Na crônica, de modo geral, o conflito passa para o segundo plano; a situação descrita ganha mais valor como situação por si só; as opiniões de um narrador em terceira pessoa são mais explícitas.
ESTÓRIA – s.f. Narrativa de ficção; exposição romanceada de fatos puramente imaginários (distinta de história, que se baseia em documentos ou testemunhos); conto, novela, fábula.
HISTÓRIA – s.f. Desenvolvimento da vida da humanidade. / Narração do que acontece no tempo; reprodução do passado. / Narração de um fato, de um acontecimento. / Narrativa baseada em fatos verdadeiros ou inventada: histórias de fadas; conto, novela, fábula. (Cf.estória). / Anedota, mentira, fantasia.
HISTORIETA – s.f. Pequena história; narração de pouca importância; estória. / História anedótica.
NARRAR – v.t. Expor as sequências de um fato ou acontecimento; contar, historiar, relatar.
NARRATIVA – s.f. Relato, exposição de um fato, de um acontecimento; narração. / Conto, novela.
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KOOGAN/HOUAISS. Enciclopédia e dicionário ilustrado. Edições Delta, Rio de janeiro, 1997




CONTOS DE FADAS –História fictícia que pode conter personagens folclóricos tais como fadas e animais falantes, bem como feitiços, encantamentos, normalmente representados em uma sequência inverosímil de eventos.
A principal característica do conto maravilhoso (conto de fada) é que, ao desenrolar a história, geralmente seus personagens possuem motivo e motivação comuns, além do encantamento, que é parte fundamental, em que um ser sobrenatural interfere na história de maneira positiva ou negativa. Na verdade, esta é a função que o faz ser tão diferente das narrativas literárias que se tem conhecimento, pois quando parece não haver mais saída, surge a intervenção de uma fada para salvar o herói do grande conflito e mudar o seu destino. O enredo envolve sempre a luta do bem contra o mal em que a solução é encontrada através do encantamento. Desta forma, o mal age sobre o bem, na intenção de prejudicá-lo, nasce o grande conflito, até que o bem vence, o mal é castigado e todos serão "felizes para sempre". “O enredo dos contos de fadas se baseia pela seqüência narrativa dividida em episódios¹”.
De uma maneira geral, podemos concluir que se num conto de fada um homem simples se torna rei, isso re-flete um processo de renovação da consciência coletiva a partir de uma parte da psique, inesperada e oficial­mente desprezada, e de pessoas simples que sofrem mais as correntes subterrâneas do desenvolvimento arquetí-pico do que as instruídas²”. (p.35)
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Disponível em:
Acessado em 20/09/10 ¹.

FRANZ, Marie-Louise Von. A Sombra e o Mal nos Contos de Fadas. São Paulo: Paulus, 1985 ².




FÁBULA- "É uma história ou pequena narrativa em que os animais ou forças da Natureza falam e dialogam uns com os outros como se fossem humanos. No final, há sempre uma lição ou moral a retirar". O enredo das fábulas se baseia pela história em si e a moral.
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Disponível em:
Acessado em 21/09/10.

Cinderela

Desenho de Gustave Doré representando a Cinderela no baile
 Les Contes de Perrault. Paris J. Hetzel, 1867.


           O conto da Cinderela está sempre centrado em uma gentil, mas perseverante heroína que sofre nas mãos de sua família após a morte de sua mãe. Dependendo da versão, seu pai também está morto ou é negligente. A moça possui um guardião mágico, que a ajuda a alcançar seu e realizar seu grande sonho ao fim do conto. Muitos incluem um artigo de vestuário, que possibilita a heroína ser reconhecida por seu verdadeiro valor.
           A primeira versão que se tem conhecimento é chinesa e foi escrita por Tuan Ch'eng-shih no Séc IX dC. A heroína é Yeh-shen que recebe  de um peixe mágico um sapato dourado que a permite ser identificada pelo príncipe ao ir a festa da aldeira.
           Apesar de haver referências no século XVI na literatura alemã, o segundo conto escrito é de Charles Perrault, em 1697, em seu livro "Os contos da mamãe ganso". Nesta versão aparecem a fada madrinha, a carruagem de abóbora, os animais ajudantes e o sapatinho de vidro, que foram acrescentados por contadores de histórias para dar um efeito literário e apresentar um fim mais humano, pois Cinderela consegue arrumar maridos para suas irmãs, diferente de outras versões, nas quais elas terminam cegas, pobres ou até mesmo mortas.
           Na versão dos irmãos Grimm, já no século XIX, não há fada madrinha; a heroína planta uma árvore no tumulo de sua mãe, de onde vem a ajuda mágica (pomba branca e presentes). Influenciadas pela mãe, as irmãs cortam os dedos dos pés para que caibam no sapatinho, que cabe apenas no pé de Cinderela. Ao final as irmãs são punidas por sua crueldade com bicadas nos olhos, por pássaros da árvore.
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BUNCE, John Thackray. Fairy Tales; Their Origin and Meaning with Some Account of Dwellers in Fairyland. London: Macmillan and Co., 1878.

DARNTON, Robert. Histórias que os camponeses contam: o significado de mamãe ganso. In: “O grande massacre de gatos”. Editora Graal, 1996.

HARTLAND, Edwin Sidney. Science of Fairy Tales. An enquiry into fairy mythology. Disponível em: http://www.sacred-texts.com/neu/celt/sft/index.htm. Acessado em 20 de setembro de 2010.

KREADY, Laura F. A Study of Fairy Tales. Boston: Houghton Mifflin, 1916.

MENDES, Mariza B. T. Em busca dos contos perdidos: o significado das funções femininas nos contos de Perrault. São Paulo. Editora UNESP, 2000.

PROPP, Vladimir I. Morfologia do conto maravilhoso. Copymarket.com, 2001. Tradução de PROPP, Vladimir I. Morfológuia skázki. Editora Naúka (Ciência) de Moscou, 2ª Edição. 1969.

Postado em 03/10/2010

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Branca de Neve



Os irmãos Grimm coletaram essa história de duas irmãs - Jeannette e Amalie Hassenpflug. Porém, o conto já era conhecido com pequenas variações da Irlanda a Ásia menor a África Central. Em sua primeira edição, em 1812, a antagonista invejosa de Branca de Neve é sua própria mãe, e não a madrasta.
Aparecem outras variações, como na idade de Branca de Neve, alguns contos lhe dão apenas 7 anos; no pedido da madrasta, que anseia pelo pulmão e pelo fígado da menina para comer no jantar; e na punição da vilã, que deve dançar com sapatos em brasa por toda a eternidade. A versão contada pela Disney é baseada nos Irmãos Grimm e ressuscita alguns pontos chocantes retirados nas edições que se dedicavam as crianças, como por exemplo, a ordem da madrasta ao caçador, pedindo o coração de Branca de Neve como prova da morte da criança.

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BUNCE, John Thackray. Fairy Tales; Their Origin and Meaning with Some Account of Dwellers in Fairyland. London: Macmillan and Co., 1878.

DARNTON, Robert. Histórias que os camponeses contam: o significado de mamãe ganso. In: “O grande massacre de gatos”. Editora Graal, 1996.

HARTLAND, Edwin Sidney. Science of Fairy Tales. An enquiry into fairy mythology. Disponível em: http://www.sacred-texts.com/neu/celt/sft/index.htm. Acessado em 20 de setembro de 2010.

KREADY, Laura F. A Study of Fairy Tales. Boston: Houghton Mifflin, 1916.

MENDES, Mariza B. T. Em busca dos contos perdidos: o significado das funções femininas nos contos de Perrault. São Paulo. Editora UNESP, 2000.

PROPP, Vladimir I. Morfologia do conto maravilhoso. Copymarket.com, 2001. Tradução de PROPP, Vladimir I. Morfológuia skázki. Editora Naúka (Ciência) de Moscou, 2ª Edição. 1969.

Postado em 02/10/2010

Bela Adormecida



A influência mais antiga da Bela Adormecida aparentemente vem de "Perceforest", um romance francês publicado pela primeira vez em 1528. Mesmo não sendo uma história sobre a Bela Adormecida, Perceforest (1528) contêm muitos elementos similares às versões mais recentes da Bela Adormecida.
            A próxima versão conhecida da lenda vem de "Sun, Moon and Talia" (Sol, Lua e Talia), de Giambattista Basile, também conhecida como Segunda Pentamerone, Dia 5, Lenda 5 (1636). Esse é o conto que considera-se como maior influência para a Bela Adormecida de Perrault, o primeiro a usar este título, em " Histórias ou Contos dos tempos passados (1697).
            Os irmãos Grimm escreveram "Briar Rose" para sua própria coleção de contos. Essa é a versão mais suavizada, e não apresenta o canibalismo, adultério ou estupros de versões anteriores. A versão dos Grimm é considerada derivada diretamente da versão de Perrault, embora os irmãos tenham negado veementemente tal conexão.
            A versão dos Grimm é a mais conhecida, dando origem ao filme da Disney, embora o título de Perrault seja o mais usado. O conto dos Grimm termina antes das anteriores, com o despertar da Bela pelo casto beijo do príncipe. As versões anteriores como a de Perrault continuavam a história, com o casamento e os eventos posteriores. Nas variações mais antigas, o rei, ou príncipe engravida a Bela em seu sono e depois vai embora. Ela acorda ao dar à luz aos filhos gêmeos, quando um deles suga seu dedo, removendo o fuso da roca envenenado. Em outra versão o “Príncipe Encantado”, que já é casado, viola a princesa que tem vários filhos, sem acordar. As crianças, quebram o encantamento, mordendo‑a durante a amamentação, e o conto então aborda seu segundo tema: as tentativas da sogra do príncipe, uma ogra, de comer sua prole ilícita.
Perrault também foi o último intérprete da lenda a evitar despertar a Bela com um beijo.
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BUNCE, John Thackray. Fairy Tales; Their Origin and Meaning with Some Account of Dwellers in Fairyland. London: Macmillan and Co., 1878.

DARNTON, Robert. Histórias que os camponeses contam: o significado de mamãe ganso. In: “O grande massacre de gatos”. Editora Graal, 1996.

HARTLAND, Edwin Sidney. Science of Fairy Tales. An enquiry into fairy mythology. Disponível em: http://www.sacred-texts.com/neu/celt/sft/index.htm. Acessado em 20 de setembro de 2010.

KREADY, Laura F. A Study of Fairy Tales. Boston: Houghton Mifflin, 1916.

MENDES, Mariza B. T. Em busca dos contos perdidos: o significado das funções femininas nos contos de Perrault. São Paulo. Editora UNESP, 2000.

PROPP, Vladimir I. Morfologia do conto maravilhoso. Copymarket.com, 2001. Tradução de PROPP, Vladimir I. Morfológuia skázki. Editora Naúka (Ciência) de Moscou, 2ª Edição. 1969.

Imagem disponível em :
http://photos.streamphoto.ru/d/2/6/1a47af00eb22801a917d473eaeee162d.jpg
Acessado em 02/11/10

Postado em 02/11/2010

domingo, 31 de outubro de 2010

A Narrativa e os Contos de Fadas

Narrativa

“[...] uma tradição compartilhada e retomada na continuidade de uma palavra transmitida de pai para filho”.1
Vista como forma básica de atividade lingüística, a narrativa é composta por duas figuras centrais: o narrador e o ouvinte. O narrador, sujeito da transmissão, precisa estar consciente dos interesses de seu ouvinte, expressando assim, um ponto de vista, “seja num ensinamento moral, seja numa sugestão prática, seja num provérbio ou numa forma de vida”2. Cabe ao ouvinte mostrar interesse, interpretar, não interromper e reagir adequadamente. É neste processo de sociabilidade em que se dá a transmissão entre as gerações, o ouvinte pode se tornar narrador. A estrutura básica se compõe de INÍCIO, MEIO e FIM. A partir de uma introdução, de um momento, um local, personagens atuantes em uma situação de fundo, desenvolvem o conteúdo, até o desfecho.
Para Walter Benjamin², o primeiro narrador verdadeiro, é e continua sendo, o dos contos de fadas. Estes, como narrativas, foram às primeiras estratégias usadas pela humanidade para intercambiar e comunicar suas experiências, alertar sobre os perigos, os mitos e as histórias que cercavam aquela sociedade. O narrar dos contos de fadas, tornava não somente a memória pública, mas deixava evidente o “bem e o mau” que devia ser evitado. Através dos contos de fadas, a sociedade tinha noções dos alcances das suas ações, os males que deveriam evitar se quisesse manter uma harmonia social e quais poderiam ser os reflexos de uma subversão; revelam que ações a humanidade tomava para se livrar das perseguições e tribulações causadas pelo imaginário.

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¹ CONRADO, I. S. Tempo e narrativa: um estudo dos escritos de Walter Benjamin sobre o romance. Acta Scientiarum. Human and Social Sciences, v. 28, p. 47-54, 2006.

2 BENJAMIN, Walter. O Narrador: considerações sobre a obra de Nikolai Leskov. In: Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994, p. 197-221.


 Postado em 31/10/2010

Era uma vez...


Nosso projeto tem como principal objetivo ao trabalhar o tema proposto, abordar as transformações ocorridas nas  narrativas orais ao longo do tempo privilegiando os Contos de Fada. Trata-se de apresentar as rupturas e variações  de tais contos em diferentes  contextos sócio-históricos.



"Cada vez que uma criança diz: 'Não acredito em fadas', em algum lugar uma pequena fada cai morta".
                                              J. M. Barrie (1860-1937), Peter Pan.
 
Postado em 31/10/2010